terça-feira, dezembro 19, 2006

virias



A geada abatia
Sobre o campo
Um ponto de luz
Contrastava com a noite

Virias novamente
À minha janela
Sentiria a tua mão amiga

Mais um ano esperava
Pela tua presença ilusória
Por este momento sim…
Valia a pena esperar.
Feliz Natal…

sábado, dezembro 02, 2006

não sei...


fotografo: larry williams

Não sei como te encontras
Mas sei onde te refugias

Não sei onde te magoas
Mas sei onde te curas

Não sei onde me pensas
Mas sei onde me amas

segunda-feira, novembro 13, 2006

despertar


fotógrafo: larry williams

Desperto o teu ser adormecido
Por entre lençóis de linho

terça-feira, outubro 31, 2006

outono


fotógrafo:Hans Neleman

É nas tardes de Outono
Que ardes no meu corpo

segunda-feira, outubro 16, 2006

senhor


fotógrafo: tim pannell

Ainda te sinto vindo da batalha
Do sorriso que trazias, o olhar triste
As mãos de sangue, a dor de uma perda,
A certeza da vitória.

No meu leito choravas os medos vividos
Procuravas a minha protecção
Bebias o meu corpo, alimentavas o teu desejo,
Saciavas a tua carne, vias-me como tua.
Eras meu, senhor, amante, guerreiro,
Eras apenas meu…

sábado, setembro 30, 2006

se...


fotógrafo: joson

Se soubesse…
quanto me amas
Se sentisse
quanto me desejas
Se visse
quanto me olhas
Se tivesse
quanto eu te tenho
Mostrava-te
quanto te quero

domingo, setembro 10, 2006

sentidos


fotógrafo: vincent besnault

Um manto gélido
Atravessa o corpo
O teu peito
Sobre os meus seios
Arrepia…
Gosto de te sentir
Deslizar na minha pele,
Ser cega por momentos,
Deixar-me levar por
Outros sentidos.

quarta-feira, setembro 06, 2006

azul II


fotógrafo: H. Benser

Quis um anjo em mim
Sentia-o velando toda a noite
As suas mãos de menino
Passeando sobre a minha alma
Azul…

quinta-feira, agosto 31, 2006

corredores do desejo


fotógrafo:Dann tardif

Entre os corredores do desejo
Movemo-nos sensualmente
Tu transpareces o teu puder
Eu liberto o meu saber.
Por entre as horas da vida
Alimentamo-nos,
Sinto-te.
Sentes-me
Temo-nos na corrente
Da vida.

sexta-feira, agosto 25, 2006

união



Ouvi essa melodia
que me faz viajar
deslizo sobre o tempo
fecho os olhos
uma paz interior
apodera-se de mim.

recordo horas passadas
conversas vividas
emoções sentidas
meiguices partilhadas.

tenho nos lábios o teu sabor
sinto nas minhas mãos as tuas
o teu ar no meu
o meu amor no teu.

temos a nossa reciprocidade
prezamos a nossa paz
caprichamos a nossa paixão
respeitamos a nossa união.

terça-feira, julho 04, 2006

horas


fotógrafo: franco vogt

Não quero ter horas
Quero ouvir dizer que me amas
Permaneço intemporal.
O meu silêncio diz que me amas
Não te perco
Dito com o meu olhar que te amo
Não tens tempo
É nos espaços que me amas.

segunda-feira, junho 12, 2006

mar...


fotógrafo: miles

Desprendo-me de ti molhada
Emerjo de ti.
Escorre em mim o teu ser,
MAR.

segunda-feira, junho 05, 2006

tranquilidade selvagem


fotógrafo: larry williams

Intranquilizo-me a pensar em ti
Permito que o tempo dite o seu espaço
Esporo-me em ti no acto
Tornamo-nos selvagens
Perdemos o racional
Passeamos savanas
Conquistamos desertos
Dividimos oásis
Terminamos numa doce
Tranquilidade selvagem

segunda-feira, maio 22, 2006

sangue de mel


fotógrafo: ben welsh

Em volta de um pacto de sangue
Gerou-se uma aliança.
Sabiam que não mais podiam fugir
Ela respeitava-o, ele admirava-a.
De sangue foi a sua posse
De mel foi a sua entrega.

segunda-feira, maio 08, 2006

a mulher que sabia a mar


fotógrafo: erica collins

Pele morena, desejo, paixão
Veneno de um momento
Sabia a mar, de pequenas gotículas
De silêncio que o seu corpo sedento
Não mais sabia aguentar.

Desfilava pelas areias, coberta
Por um manto azul-escuro de veludo
Cravejada de diamantes,
Grandes, pequenos, médios
De todos os tamanhos
Que brilham em estrelas.

Sabia que sabia a mar
A fragrância delicada agreste
Tornava-a numa certeza.

Sabia que sabia amar….

terça-feira, abril 25, 2006

espero


fotógrafo: harry vorsteher

espero-te sempre
no silêncio da alma
quando regressas?

espero-te sempre
no cais da esperança
sei que voltas...

espero-te sempre
na montanha
estás sempre em mim.

espero-te sempre
na planície
sei que me queres!

terça-feira, abril 11, 2006

nosso tempo



O tempo passa
Em busca do nada
Sem direcção, sem rumo
Passa desorientado
Não se encontra,
Não se alcança,
Cansa a sua busca.
Quem o procura?
Quem o controla?
O tempo passa.
De onde vem?
Quem o perdeu?
O tempo passa
Marca-nos,
Com a sua busca infinita.

fotógrafo: Miles

sábado, abril 01, 2006

elite



Não é em vão que te quero
Em mim, em ti
Numa estrutura
Que ninguém vê,
Que ninguém sente,
Que ninguém percebe,
Que no entanto tanto somos,
Descobrimos, discutimos, dissertamos.
Vivemos na nossa elite.

terça-feira, março 14, 2006

crime



"Testemunhas: as quatro paredes.
Local do crime: a cama.
Réus: eu e você.
Crime cometido: amor louco e desenfreado,
Amor sem limites,
Amor em todas suas formas possíveis,
Em todas as formas em que éramos compatíveis.

Acoplados com a perfeição de dois módulos espaciais,
Onde qualquer erro milimétrico,
Compromete o sucesso da missão...
Missão cumprida...

A missão foi um sucesso total,
Pois dois corpos tornaram-se um!
Não mais existia eu e você,
Mas, sim, eu-você...

Cometemos um crime perfeito!"

Simone Barbariz

quarta-feira, março 01, 2006

o tempo não espera



Um arrepio percorre-me
Passeio nos meus cabelos
Recordo-te.
Em paz deixo o pensamento recuar
Fica o lembrar de um tempo.
O tempo não espera
Preparo-me.
Visto-me de branco
Deito-me sobre o nosso luto
É a ultima vez.
O tempo não espera.
Não esperou,
Passou,
Deixou-me, deixou-te
Deixou-nos.
Permanecemos eternos no tempo.

sábado, fevereiro 18, 2006

ouvir-te



Deixei a porta aberta
Para te poder ouvir.
Esperei… adormeci.
A paz apoderou-se de mim.
Ouvi os teus passos,
Entraste.
Ouvi a tua voz,
Deitaste-te.
Senti a tua respiração,
Acariciaste-me.
Senti o teu rosto,
Beijaste-me.
Invadiste o meu corpo,
Amaste-me.
(repousas sereno sobre mim)
Sei que nunca é demais ouvir-te.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

insatisfação



Nem tudo que tem paixão tem sentimento.
No mundo ilusório devolvo-me à viagem
Interpreto as tuas palavras,
Realizo-me nos teus desejos,
Mas estranha fico quando acordo.
Devastas-me na insatisfação de me perderes
Satisfazes-te com a ideia de me teres.
Desperto insatisfeita com a alma desfeita
De uma noite quase perfeita.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

beijo



Foi rápido o seu sabor.
Quase ficou o nada,
Desejando o tudo.
Pedi que o tempo parasse,
E parou, senti que parou.
Por um instante um beijo,
Doce, meigo, calmo,
Ardente, fugaz, eterno.
Num instante o nosso beijo.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

ciúme palavra que se centra em ti



Desprendido do sentimento
Quase tocas na indiferença,
Sem que notes devoras,
Consomes, alucinas.
Prende-se, rende-se,
Torna-se evidente…
O ciúme.
Não o queres, não o largas.
Faz parte de ti,
Domina-te, esconde-se
Esfuma-se.
Não o sustento, não o provoco.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Ressaca de um susto - (usando o Camões…)



"Um Adeus
Dói.
Muito!
Não é
“dor que desatina sem doer”
Atina bem onde magoa.
Vai bem fundo, onde a dor
Insuportável, rói,
Corrói,
No coração.

Um adeus
Ainda que queira,
Não apaga nada;
Não é
fogo que arde sem se ver”
É fumo
É esfumar

Será?

Não. Fica
A dor
A memória
O recordar…

Ficas
TU"

muito atento/2006

quinta-feira, janeiro 26, 2006

corpo molhado



Entra nu pela varanda,
O corpo ainda molhado
procura o meu e começa a tremer,
Então é como se na sua boca
Um resto de imortalidade
Me fosse dado a beber
Até ao fim do mundo,até ao amanhecer.
Nesse instante sou imortal,
O corpo dorido de tanto amar,
Exausta só queria morrer.
Aí estivemos a escutar o que o vento traz …
É sobre o meu corpo que chove,
Sentindo-me envolvida por todo o teu ser.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

...



Desejo...
Será que podes imaginar como me sinto?
Sabes o que é desejar tanto que até dói
De tão amordaçado estar este sentimento…
Quero-te, exijo-te, desespero-te…

domingo, janeiro 22, 2006

viver













Chegaste e invadiste todo o meu ser
Consigo sentir-te cada vez que te penso
A mente viaja simples desprovida de preconceitos.
Nada nos prende, nada nos detêm, nada nos obriga,
Não somos mais do que puras ilusões.
Mas no entanto precisamos de estar vivos,
De despertar consciências…
De sermos o que quisermos que seja.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

névoa



A névoa paira sobre os campos
Como uma amante.
As gotas de orvalho escorrem penetrando a terra.
Nesta simbiose a terra renasce,
Ansiando que a noite volte
Para poder entregar-se nos braços de mais uma loucura.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

momentos



Quem és tu que divagas sem parar?
Que presença me dás nas horas que me dedicas?
Com que direito me pedes intimidades nunca partilhadas?
O tempo não permite comentários. Os momentos, esses são nossos.

sábado, janeiro 14, 2006

amar



Visto-me de preto e deito-me de branco.
Luta constante dentro de um eu.
É ter vontade de te amar e amar-te
É amar-te e ter vontade de te amar.
Amas-me e deixo que me ames.
Despreocupados amamo-nos...

terça-feira, janeiro 10, 2006

cansaço



O cansaço traiu-te, venceu
A mim magoou, desprezou, acordou.
Ritmos descompassados,
Vidas divergentes,
Amores ausentes.
O timing fez-nos assim
Com principio meio e fim.

domingo, janeiro 08, 2006

volumetria



és o meu amante eterno...
mas por vezes temos de limar arestas
sentir os vértices do desejo
as sombras do prazer
as secantes da boca
as bissectrizes da vontade
a metodologia da partilha.

uivo



uivo, sem saber uivo
mas tu não ouves.
sente-te e sentir-me-ás.

sábado, janeiro 07, 2006

palavras



Sei que me queres sem senão…
As palavras escorrem pela a imaginação
Sussurram, tentam persuadir-me mas em vão.
Estranho-as, não me parecem as mesmas.
Soam mortas despidas de emoção,
Não as vivo, não me entranham.
Distancio-me…

Deixo-me carregar pela dualidade
Sei que te quero, quente, terno.
De novo as palavras parecem estranhas,
Mas entranham na minha pele, no meu interior
Sacia-me... para que as palavras despertem.

terça-feira, janeiro 03, 2006

acompanho-te



jazo em ti como um mar sem fim
e viajo...
exiges um andamento lento e preciso.
acompanho-te num movimento
equilibrado, dinamico e calmo.

fundimos a expressividade dos sentidos
onde não há espaço para representações.
somos num impluso a teorização de tudo.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

enquanto vivem...



"Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza."

Pablo Neruda

domingo, janeiro 01, 2006

a tua pele



Os nossos corpos são embalados pelas ondas,
o mar é a nossa orquestra... nada nos prende.
Os nossos cheiros confundem-se,
eu em ti, tu em mim, o mar em nós.

gosto da tua pele salgada,
gosto da tua pele morena,
gosto da tua pele macia,
gosto da tua pele nua,
gosto da tua pele em mim.

a tua pele em jeito de fim de tarde
cobre todas as minhas marés,
galga todos os meus sentidos,
transborda-me...de mimo.